Musicografia Braille é a escrita musical utilizada internacionalmente pelas pessoas com deficiência visual e existe desde a invenção do próprio Sistema Braille, no século XIX. Na música braille não existe a pauta e todas as informações musicais de uma partitura são escritas uma após a outra em uma linha horizontal. Assim podemos escrever música antiga, moderna, popular, para todas as formações instrumentais e vocais.

A musicografia para cegos chegou a São Paulo na década de 1920, trazida pelo professor Alfredo San George, do instituto de cegos Padre Chico.  Na mesma década, foi adotada no instituto de cegos da Bahia.

“Naquele tempo, o método tinha uma forma precária. Não havia precisão, mas apenas o Manual Internacional de Musicografia Braille, fruto de conferências como a de 1888, em Colônia, na Alemanha, e depois na França e demais países, até chegar ao método que temos atualmente, com este formato do ano de 1992, que foi transcrito para várias idiomas”, completou a professora Isabel Bertevelli.

A musicografia passou a ser mais conhecida em São Paulo na década de 1950, por meio do professor Zoilo Lara de Toledo, da fundação para o livro do cego, atual Dorina Nowill. Zoilo ensinava música e, atualmente, trabalha na produção de livros de musicografia. Só em 2004 o manual mais recente foi transcrito para a Língua Portuguesa. No Brasil, há cerca de dez professores que dão aula do método.

O SESC Vila Mariana terá uma oficina de Musicografia Braille como parte da virada inclusiva, às terças, de 3 a 17 de Dezembro, das 19h30 às 21h30. Valores variam de 10 a 40 reais. Mais informações em Musicografia Braille SESC SP

Exemplo em Braille e Música Ordinária. Musica 'Sun of my soul'.

Exemplo em Braille e Música Ordinária. Musica ‘Sun of my soul’.

A oficina visa oferecer conhecimentos teóricos e práticos para a compreensão da grafia musical e leitura das notas musicais em braille, seguindo os parâmetros do Manual Internacional de Musicografia Braille. Por meio de atividades rítmicas e canções simples realizadas em grupo, o participante terá noção da utilização do Sistema Braille no contexto musical, como representar o som e como decodificar os sinais básicos da escrita. Público alvo: pessoas com deficiência visual (cegos e baixa visão) que tenham conhecimento do Sistema Braille. Não é preciso ter formação musical.

A oficina será ministrada pela Professora Isabel Bertevelli. Mestre em Arte/Música pelo Instituto de Artes da UNESP, onde concluiu a Licenciatura Plena em Educação Artística com habilitação em Música. Educadora Musical da FAC-FITO no curso de Licenciatura em Educação Musical. Educadora musical do Programa Descubra a Orquestra na Sala São Paulo (Fundação OSESP) e do Instituto de Cegos Padre Chico desde 1991, sendo responsável também pelas transcrições musicais braille e pelas aulas de Musicografia Braille. Desde 2010 é membro do Grupo Técnico do Conselho Ibero-Americano do Braille, na área Musicografia Braille, participando de encontros e cursos realizados pela FOAL (Fundação ONCE na América Latina) na Colômbia e Uruguai. Ministra cursos e oficinas sobre Educação Musical e Musicografia Braille em simpósios e encontros, dedicando-se tanto à produção de material específico e transcrição de partituras musicais em braille, quanto ao ensino da música para deficientes visuais e à formação de educadores dentro de uma proposta inclusiva.

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Fonte: Isabel Bertevelli

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