O turismo acessível, é um segmento que dá condições à pessoas com deficiência para desfrutar de inúmeras atividades turísticas. O turismo também possui uma estrutura que permite oferecer atividades esportivas e de aventura para pessoas que não sejam atletas ou profissionais, numa proposta de vivenciar experiências, e não exatamente de participar uma competição. Então é claro, as pessoas com deficiência também passaram a ter sua participação, adaptando as atividades às suas condições.

São diversas as atividades disponíveis, algumas em maior evidência, outras ainda pouco conhecidas. Alguns estilos novos são criados, ou são variações de uma atividade já existente. No caso de pessoas com deficiência, geralmente é uma adaptação baseada numa atividade convencional.

O contato com a natureza, proporciona diversas oportunidades. Locais de ecoturismo como a cidade de Bonito, no Mato Grosso do Sul, oferece oportunidades como fazer um rafting no rio Formoso, flutuação no Rio Sucuri e rapel no abismo de Anhumas.

Outras atividades radicais, como voar de asa delta pelos céus do Rio de Janeiro, mergulhar nos naufrágios de Recife, saltar de paraquedas no Centro Nacional de Paraquedismo em Boituva, geralmente necessitam somente da experiência do instrutor que irá conduzi-lo, pois os equipamentos utilizados necessitam de pouca ou nenhuma adaptação, dependendo da atividade e da condição da pessoa. Algumas atividades como o Bungee Jump, onde se pula de uma ponte ou plataforma elevada, amarrado à um elástico, ainda está disponível somente no exterior, em países como Canadá e Nova Zelândia.

Viajar é a oportunidade de desfrutar de experiências únicas como esquiar na neve em Bariloche na Argentina. Pessoas com deficiência física tem a opção de utilizar uma cadeira adaptada, que ao invés de rodas, possuem os esquis. Um relato interessante de uma criança com Síndrome de Down, que espera ansioso todos os anos a temporada de esqui, pois é admirado por sua habilidade no esporte, e ninguém percebe sua deficiência quando está usando os óculos de proteção.

Quando esportes convencionais começam a se popularizar, a tendência é que as versões adaptadas comecem a surgir. É o caso do Stand Up Paddle, onde a pessoa se equilibra em cima de uma prancha e se locomove com a ajuda de um remo. Com equipamentos simples, é fácil colocar essa opção nos inúmeros lagos que servem o país. Da mesma forma, o Kite Surf já está com uma versão adaptada no Brasil, onde utiliza de uma espécie de prancha para deslizar nas águas, levado pela força dos ventos que puxam uma vela, semelhante a um paraquedas. Na versão adaptada para deficientes físicos, uma espécie de cadeira é fixada em cima da prancha. Outra variação é o Kite Buggy, praticado nas areias, utilizando uma espécie de triciclo e também puxado pela vela. É fácil perceber que as oportunidades são infinitas.

Maratonas como a São Silvestre no Brasil, ou até internacionais como a tradicional maratona de Nova York, não são mais um evento somente para atletas e são frequentadas por pessoas de diversos lugares. Outras opções mais rústicas como o Caminho de Santiago de Compostela, está disponíveis o ano inteiro, e já foi percorrida por diversas pessoas com deficiência, inclusive  brasileiros com handbikes.

Não existem limites para quem tem o grande desejo de realizar um sonho. Mas em todos os casos, a questão da segurança está envolvida, então é de grande importância que sempre haja profissionais qualificados na organização e execução dessas atividades.

Esta matéria foi escrita por Ricardo Shimosakai para a Revista Parasport, Ano 1, Número 3, fevereiro de 2014. Desenvolvida pela Editora Aurea em parceria com a ADD (Associação Desportiva para Deficientes), é uma publicação digital, disponível em aplicativo para ios e Android, incluindo ferramentas para áudio, vídeo, e Libras

Fonte: Revista Parasport

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