Os estudantes Mateus Michelon Poppi e Leonardo Perin Alves, ambos de 17 anos, criaram um dispositivo que permite que cadeirantes transportem e instalem a própria rampa para ter acesso a calçadas sem guias rebaixadas e vários outros tipos de degraus. O “aplicativo” foi desenvolvido na Escola Técnica (Etec) Coronel Fernando Febeliano da Costa, em Piracicaba (SP), e rendeu aos jovens um prêmio de gestão e engenharia destinado a estudantes.

“Nosso objetivo era construir algo que fosse útil e relevante, além de inovador. Acreditamos que o dispositivo pode dar mais independência aos cadeirantes, porque nem todos os locais são adaptados para eles”, afirmou Poppi. A invenção foi batizada de One Step (“um passo” na tradução para o português) e demorou pouco mais de 5 meses para ser desenvolvida.

Os dois jovens concluíram o ensino médio este ano e pensam em estudar engenharia elétrica ou mecânica. Eles desenvolveram o produto fora do horário de aula, mas tiveram a orientação do professor Claudinei Bigaton, além de acesso aos equipamentos da Etec.

Alves explicou que o aparato pode ser instalado em qualquer cadeira de rodas convencional. “O eixo original das cadeiras é substituído pelo eixo do dispositivo e nele é presa a rampa e as hastes que a seguram”, disse. De acordo com ele, depois de instalado o equipamento, o processo é mecânico e feito pelo próprio cadeirante, sem a ajuda de outra pessoa.

“O fato de não precisar de motores, baterias, nada eletrônico, faz com que o produto seja bem acessível”, afirmou Alves. A instalação do One Step leva menos de 10 minutos. “Ainda é só um protótipo, mas podemos melhorar bastante a ideia e os materiais, deixar mais seguro e eficaz, mas já funciona bem”, disse Poppi.

Avô como inspiração
De acordo com Poppi, a inspiração de criar algo para cadeirantes partiu do avô dele, que é cadeirante e enfrenta dificuldades para ter acesso a calçadas e lojas que têm degrau na entrada. “Ele é muito pesado e é bem complicado, até mesmo com alguém empurrando. Com o dispositivo, ele consegue subir sozinho”, afirmou.

Material descartado em aula
Para produzir o protótipo, os alunos utilizaram peças, parafusos e placas de metal que eram descartadas das aulas dos cursos técnicos da escola. Foi uma maneira, segundo eles, de reutilizar os materiais. “Além da proposta social, os garotos tiveram a preocupação de reaproveitar as coisas. A inovação que eles propõem é uma aposta muito importante”, afirmou o diretor da Etec, Klauber Marcelli. A dupla estuda a possibilidade de colocar o dispositivo no mercado.

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Fonte: G1

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