Com o objetivo de valorizar a diversidade e a inclusão social, a Empresa de Turismo de Pernambuco promoveu, na semana passada, o primeiro Curso de Informações Turísticas para pessoas com Síndrome de Down. Os profissionais tiveram aulas sobre relacionamento e visitaram destinos como o Museu Cais do Sertão e o Paço do Frevo, em Recife. Agora, passam a trabalhar na empresa.

Um dos instrutores, o turismólogo Bruno Ribeiro, de 23 anos, tem Síndrome de Down e representa uma demanda cada vez maior de profissionais com deficiências físicas e intelectuais em busca de colocações no mercado. De acordo com os últimos dados do IBGE, o Brasil tem cerca de 45,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência – e mais da metade desse público (58,3%) não tem trabalho.

Esta é uma das razões que levou o Ministério do Turismo a investir no programa Turismo Acessível. Lançado em novembro de 2012, o programa reúne ações de inclusão social que facilitam o acesso de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida à atividade turística, com segurança e autonomia. O programa é uma parceria com a Embratur, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

No ano passado, o Ministério lançou o Guia Turismo Acessível, um site colaborativo que permite ao turista, com deficiência ou não, cadastrar e avaliar restaurantes, estabelecimentos e atrações turísticas segundo seu nível de acessibilidade. São mais de 530 mil estabelecimentos para avaliação em que é possível notificar a existência de rampas em um hotel, os cardápios em braile em restaurantes e os banheiros adaptados em diversos estabelecimentos.

Este ano o Ministério do Turismo vai participar pela primeira vez do Dia D, uma ação do Ministério do Trabalho e Emprego, para promover o elo entre as empresas com postos de trabalho abertos e pessoas com deficiência em 25 de setembro.

Atualmente alguns estados como Pernambuco, Rio de Janeiro, Alagoas, São Paulo e Rio Grande do Sul oferecem equipamentos como esteiras e cadeiras anfíbias, para facilitar o acesso de pessoas com deficiência à praia, além de promover atividades como vôlei sentado e bocha adaptada.

O agente de viagens Ricardo Shimosakai, que é cadeirante e atua há 11 anos no setor, afirma que tem dificuldades para encontrar quartos acessíveis para clientes com deficiência. Para ele, o tema ainda é visto como uma barreira para o empresário, de modo que muitos estabelecimentos ainda não incluíram as informações em seus sites e materiais promocionais.

Meios de Hospedagem

Segundo uma pesquisa de serviços de hospedagem realizada pelo IBGE em 2011 por encomenda do MTur nas 27 capitais brasileiras, do total de 250.284 unidades habitacionais existentes, apenas 3.253 são adaptadas.

Fonte: Brasilturis

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