“Tive contato com cachoeira uma vez só na vida e fui com familiares. Sozinho mesmo é impossível…”, contou Pedro Silva Nunes, servidor público. Ele é cadeirante e um dos consultores do projeto que quer criar trilhas sensitivas em atrativos ecológicos em Resende, no Sul do Rio de Janeiro.

“A gente sabe que é muito raro no Brasil você ter acessibilidade em ambientes naturais, em unidades de conservação. Quando você implanta esse tipo de projeto você beneficia não só o portador de deficiência, mas também os idosos, gestantes e qualquer um de nós que possa se encontrar, eventualmente, numa situação de precisar ter um acesso facilitado. Nós escolhemos dois pontos: a cachoeira da Fumaça, que é um Parque Municipal, e também no Parque Estadual da Pedra Selada”, explicou Antônio Leão, secretário de turismo.

O outro consultor do projeto é o Emerson. Ele ficou cego aos 11 anos por causa de um glaucoma. “Eu continuei fazendo aquelas atividades que eu fazia quando enxergava, subia no telhado, andava de bicicleta… Logicamente, a partir daquele momento, com algumas limitações. Mas não me deixei abater pela falta da visão, até porque criança tem que brincar, tem que se divertir”, disse Emerson Cunha do Nascimento, servidor público.

“Conforme a orientação do Pedro, do Emerson, a gente já tá planejando colocar piso intertravado em alguns trechos pra facilitar o acesso. Sinalização voltada para o portador de deficiência e várias intervenções que são necessárias para pessoa com mobilidade reduzida conseguir chegar até aqui”, disse Antônio.

Fonte: G1

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