A primeira vez que a musicoterapeuta Ana Carolina Steinkopf, de 24 anos, tocou um acorde para uma criança autista, ela deu as costas. Em vez de se chatear ou esquecer a reação, Ana foi buscar mais explicações sobre esse comportamento e descobriu que no Brasil ainda não havia um trabalho consolidado que unisse música com o autismo. Foi assim que ela soube que deveria cumprir este papel. Ana conta que a ideia surgiu a partir da prática clínica, onde pode ver que as crianças que faziam parte das sessões de musicoterapia tinham mais facilidade com a comunicação e o relacionamento.

A artista montou um musical com crianças autistas de diferentes níveis, que vão dos mais baixos até os casos mais delicados. E o resultado foi recompensador. Além de ter sido um sucesso em Brasília, a montagem serviu como terapia para os pequenos. O projeto conta com 21 crianças autista e seus familiares. “A família é muito importante. Ao envolvê-los, a criança se motiva mais. Quando eles fazem algum movimento ou som, ela se sente estimulada a reproduzir a mesma ação. Isso é importante porque o autista precisa de vínculo”, comenta.

“Uma Sinfonia Diferente” é o nome do trabalho voluntário que reúne ainda a psicóloga Cinthia Vanessa, 21 estudantes de psicologia, equipes de filmagem, fotografia, uma banda com sete músicos e uma equipe de produção. “E o pagamento é a melhora da criança e o vínculo afetivo dos pais e dos irmãos”, completa Ana.

Fonte: Vida Mais Livre

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