Cidade medieval ganha prêmio da União Européia de acessibilidade para deficientes

por | 23 dez, 2010 | Turismo Adaptado | 0 Comentários

A cidade histórica espanhola de Ávila, cercada por uma grande muralha, foi reconhecida pela Comissão Europeia por ter realizado melhorias significativas no acesso e em oportunidades de emprego para pessoas portadoras de deficiências. Ávila venceu outros três finalistas, Barcelona, Colônia e Turku, e ganhou o primeiro prêmio Access City Award.

A Comissão elogiou Ávila pelo plano de longo prazo que vem implementando, desde 2002, a fim de tornar-se mais acessível e agradável a pessoas com deficiência. Ele inclui a melhoria da acessibilidade aos edifícios públicos e a criação de incentivos para a iniciativa privada, além de desenvolvimento de instalações turísticas acessíveis e de mais oportunidades de emprego. Pessoas com deficiência também estão incluídas no processo de planejamento.

Diversas categorias

De acordo com Noelia Cuenca Galán, encarregada de acessibilidade de Ávila, as melhorias na cidade incluem diferentes categorias, levando em consideração diversos tipos de deficiência, como cegueira, imobilidade e doença mental. Segundo ela, a cidade tenta eliminar as barreiras físicas e arquitetônicas em edifícios públicos. “Apesar e mesmo justamente por causa da herança cultural e da riqueza de lugares históricos”, disse Cuenca Galán à Deutsche Welle.

“Não seríamos uma cidade que representa o patrimônio cultural se este patrimônio não fosse acessível a todas as pessoas”, acrescentou Galán.

Arquitetura medieval requer criatividade

A arquitetura medieval, com muitas ruas estreitas e calçamento de pedras, faz com que adaptações de acessibilidade sejam relativamente difíceis em Ávila. Noelia Cuenca Galán enfatizou a necessidade de criatividade na busca de soluções para um desafio como este, já que os lugares históricos não devem ser danificados no processo de alteração.

Uma das melhorias inclui elevadores e rampas especiais, instalados nas famosas muralhas medievais da cidade, para que os visitantes de cadeira de rodas possam chegar ao seu topo. Segundo Cuenca Galán, poder subir a muralha pela primeira vez é um momento muito emocionante para essas pessoas. “Muitas delas nunca estiveram em cima da muralha antes, apesar de terem vivido aqui toda a vida”, ressaltou. Nas decisões de melhoria, a cidade coopera com organizações locais que representam os interesses das pessoas com deficiência, como a ONCE, organização nacional espanhola de apoio a deficientes visuais.

“Sem esta cooperação, não teríamos conseguido muito”, afirmou Galán. “Se não ouvirmos o que estas pessoas com deficiência têm a dizer, não podemos contribuir para melhorar a situação deles.”

Consulta a deficientes é fundamental

A funcionária admite que não é Ávila, de maneira alguma, uma cidade “perfeita”, mas diz que está determinada a prosseguir o projeto de desenvolvimento de acessibilidade.

O prêmio Access City Award é uma das iniciativas previstas na nova estratégia de dez anos da Comissão Europeia para uma Europa sem barreiras. Lançado pela Comissão em julho de 2010, o concurso esteve aberto às cerca de mil cidades da União Europeia com mais de 50 mil habitantes. Os jurados analisaram 66 candidaturas provenientes de 19 dos 27 Estados membros da UE.

“As pessoas com deficiência têm os mesmos direitos que as outras, mas a acessibilidade é um pré-requisito para que elas possam gozar desses direitos”, afirmou Viviane Reding, comissária europeia para Justiça, Direitos Fundamentais e Cidadania. Ela acrescentou que o Access City Award foi criado para “inspirar e motivar cidades que ainda têm mais progressos a fazer”.

Deficiente aprova esforços

Kay Macquarrie é paraplégico e viveu em várias cidades da Alemanha, incluindo Kiel, Bonn e Colônia – uma das finalistas do prêmio. Ele aplaude os esforços para melhorar a vida das pessoas com deficiência nos países europeus. Macquarrie acha que as condições gerais para pessoas em cadeira de rodas, como ele, poderiam ser melhoradas em muitos aspectos, especialmente quando se trata de transporte público e da localização dos banheiros em restaurantes e bares. Mas ele também reconhece que houve progresso nos últimos tempos.

“Nos anos 80 e 90, parecia que arquitetos e urbanistas nunca tinham sequer ouvido falar do conceito de acessibilidade”, disse Macquarrie à Deutsche Welle. “Mas agora o assunto está atraindo muito mais atenção.”

Embora os milhares de locais históricos da Europa apresentem grandes desafios à acessibilidade, Ávila é a prova de que eles são superáveis.

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Fonte: DW.WORLD.DE

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