Em outubro, o Instituto SER, clínica escola que há mais de 25 anos promove o trabalho e escolarização de crianças, jovens e adultos com autismo, apresenta o espetáculo Mambembe em Campinas. A peça, obra de Artur Azevedo e encenada pela primeira vez em 1904, conta a história de uma companhia de teatro ambulante, um trabalho feito do amor à arte.
A clínica escola apresenta um dos únicos teatros profissionais com autistas do Brasil. São mais de 200 pessoas envolvidas, cenário e roteiro de tirar o fôlego e personagens que se preparam o ano todo.
O espetáculo conta com artistas, dançarinos e músicos todos profissionais, que se envolvem nesse projeto integrado de artes, educação especial e inclusão. A construção coletiva apresenta, em cena, a mão de cada um nos cenários, figurinos e adereços. Como parte do processo artístico educacional, os educandos utilizam colas, tintas e tecidos na produção do cenário e adereços.
No contexto terapêutico, cenas da história enriquecem o fortalecimento da imagem corporal dos participantes da peça, projetando em cada movimento, toque, olhar e som a simbologia artística de cada personagem.
Segundo Cláudia Dubard, diretora do Instituto SER, o teatro cria um espaço de desenvolvimento humano, em que as capacidades de fala e interação social são compartilhadas. “A atividade artística amplia redes sociais na construção de valores e significados, reafirmam condutas sociais, o trabalho em equipe e garante o bem-estar dos educandos”, explica.
As experiências, ações, emoções e reflexões fazem parte das cenas do Mambembe e proporcionam mudanças, transformações de atitudes, dos rituais e comportamentos de repetições dos autistas.
Atividades artísticas ajudam no desenvolvimento da interação social do autista
Segundo especialistas, as atividades artísticas são aliadas importantes para o desenvolvimento dessas crianças, por isso, devem fazer parte do processo educacional.
O transtorno que se caracteriza, entre outros aspectos, pela dificuldade de socialização, pode estar associado a carências de linguagem e alterações de comportamento e as artes cênicas podem auxiliar no trabalho dessa socialização.
Música, dança, teatro e artesanato ajudam no desenvolvimento cognitivo e emocional, na linguagem e nos relacionamento de pessoas com espectro autista. Por isso, o Instituto SER, incorpora atividades artísticas no trabalho desenvolvido com os educandos.
Segundo Cláudia, um dos objetivos da clínica escola é promover a inclusão social por meio do desenvolvimento de atividades como artes, oficinas de artesanato, excursões pedagógicas, teatro, aula de música, computação e esportes.
“Esses segmentos artísticos focam na linguagem e interação social. O fazer de conta, a brincadeira, os conteúdos contextualizados que fazem parte da realidade dessas pessoas, pode ser abordados como estratégia para o desenvolvimento das habilidades”, afirma.
Fonte: Mais Expressão
Gostei desse artigo. A verdade é que o pior obstáculo é o preconceito contra qualquer limitação de qualquer indivíduo. A dificuldade está em nós, não nos excepcionais.
Felizmente, as pessoas com deficiência tem ganhado mais espaço no meio artístico. A arte permite expressões de todo o tipo.